28/06: Dia Internacional do Orgulho Gay!

Hoje é o dia! 28 de junho é internacionalmente reconhecido como o Dia do Orgulho Gay.

E essa data foi escolhida por causa de um evento ocorrido 28 de junho l969 em Nova York (E.U.A.), quando homossexuais, cansados da truculência policial, reagiram e agrediram oficiais que invadiram e detiveram frequentadores do Stonewall Inn, uma casa gay do Village.

O que se seguiu foi uma série de manifestações públicas e união em torno da causa gay engajada, que até hoje busca igualdade de direitos entre homossexuais e heterossexuais e luta contra a homofobia e discriminação.

O Dia do Orgulho Gay também é chamado de Dia da Consciência Homossexual. E no mês de junho é quando acontecem as mais importantes Paradas do Orgulho Gay mundo afora.

A livre orientação sexual é um direito inalienável de todo ser humano, seja homossexual, bissexual ou heterossexual. E a coisa vai além: na verdade muitos defendem, inclusive eu mesmo, que homossexualismo é uma condição e não propriamente uma opção.

Aos desavisados de plantão, saibam que o homossexualismo não é doença. Desde l985 o Conselho Federal de Medicina, desde 1993 a Organização Mundial da Saúde e desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia excluíram a homossexualidade da classificação de doenças.

E ser homossexual não é crime! Até mesmo teólogos mais atualizados já postulam que o realcionamento entre pessoas do mesmo sexo não é pecado.

Crime é a discriminação, seja ela velada ou explícita.

O que se busca atualmente é uma real equiparação de direitos e deveres com os demais cidadãos, e não privilégios exclusivos. Busca-se cidadania plena.

É inadmissível essa intolerância contra gays em pleno século XXI. É inaceitável que esses "religiosos" queiram "curar" ou "converter" gays e não sejam punidos criminalmente por homofobia.

Hoje é um dia especial principalmente para romper com o silêncio e com a hipocrisia.

Somos milhões e estamos em todos os lugares. Exigimos respeito pois somos humanos.

O sonho brasileiro

Lí um artigo recentemente, que me chamou bastante a atenção, sobre o grande número de estrangeiros que escolheram o Brasil para trabalhar e morar nos últimos anos.
Dizem os dados da Pastoral dos Migrantes que seriam cerca de 600 mil imigrantes ilegais a viver em território brasileiro. Mas esse número é apenas uma estimativa não confirmada pela Polícia Federal que, em tese, controla as fronteiras e fluxo de entrada e saída de estrangeiros. E outro órgão competente, o Ministério do Trabalho, prevê que esse número seja bem inferior.
A grande maioria desse contingente é formada por latino-americanos que apostam no bom momento econômico brasileiro e fazem proveito da relativa facilidade de entrada, tanto geográfica quanto burocraticamente. E a tendência é que conforme endureçam as leis de controle migratório na Europa tanto mais novos moradores o Brasil receba.

Os clandestinos que buscam oportunidades melhores de vida aqui enfrentam problemas como xenofobia, horas excessivas de trabalho e dificuldades para legalização. Mas ainda assim a maioria crê que essa é a única chance de terem um progresso econômico, fazerem uma poupança, enviarem algo de dinheiro para suas famílias nos países de origem.

A Secretaria Nacional de Justiça afirma que todos os estrangeiros, mesmo os ilegais, têm direito à saúde pública, e seus filhos têm direito à educação gratuita. Já quanto a regularização...

Inferno astral?

Esta semana passada, justamente a semana do meu aniversário, quando já é clichê analisar prós e contras da vida e ficar ligeiramente insatisfeito com a conclusão final deste balanço e com o que se percebe quando estamos em frente ao mais cruel e implacável inimigo, o espelho, que condena implacavelmente pessoas como eu, ainda vivi momentos extremos em todos os aspectos.

Foram sequências de más notícias e decepções que trouxeram de volta a negra sombra da depressão, doença da qual pensava estar livre após deixar a análise e os anti-depressivos há algum tempo atrás.

Pode-se dizer que foi um pequeno inferno astral que mexeu com minhas emoções e sentimentos, e justamente por isso deixei de atualizar o blog.

Mas a semana terminou e espero que com ela as forças e boas vibrações se renovem e que tudo corra com mais êxitos nessa nova semana que se inicia. Desejo o mesmo a cada um de vocês, amigos e leitores. Em breve novos tópicos sobre assuntos em voga atualmente. See you!

Homofobia e intolerância dos evangélicos

Semana passada fiquei chocado enquanto olhava a programação dos canais na TV aberta. Um pastor chamado Silas Malafaia estava a protestar contra o Projeto de Lei Complementar 122/06, que propõe penas severas para a discriminação por orientação sexual.

Não chega a ser novidade a ignorância e intolerância das várias vertentes cristãs contra o homossexualismo. Eles baseam-se nas palavras da Bíblia para julgar e condenar pessoas e atitudes, sempre com citações de capítulos e versículos tão confusos quanto a própria autenticidade do livro.

O pastor pateticamente disse que os grupos gays querem pôr uma mordaça na sociedade. E clamou aos fiéis, cristãos de todas as denominações, pais de família e "gente de bem" que se oponham e façam manifestações contra o PLC que está para ser votado em breve pelo Senado. Ele diz ter direito, por morar em um país democrático, de livre expressão e por conseguinte acha normal criticar e pregar contra o homossexualismo, já que essa não é uma prática "natural", de acordo com os preceitos bíblicos. Ironicamente diz também não ser homofóbico nem odiar homossexuais. Pediu que todos enviem e-mails para os senadores e anunciou uma manifestação em frente ao Senado com apoio da massa, como forma de pressionar contra a aprovação da lei.

O Projeto de Lei Complementar 122/06, da deputada Iara Bernardi (PT-SP), é muito bem elaborado. Prevê sanções para práticas discriminatórias em razão de orientação sexual e define penas para quem discriminar sexualmente no trabalho, em ambientes públicos e privados, escolas, hotéis, bares e em caso de aluguel de imóveis. Seria uma equiparação com a lei federal que pune crimes raciais, mas direcionada especificamente contra discriminação sexual, o que é um imenso avanço em matéria de legislação e correção de deturpações comuns até os dias de hoje.

Felizmente parece haver um consenso de que vivemos em um Estado laico onde as leis não devem ser influenciadas por nenhum tipo de tendência religiosa e onde todos temos direitos e deveres semelhantes. Acompanharei atentamente ao processo de votação desse PLC pois acho que é um passo muito importante para a sociedade brasileira como um todo eliminar de vez essa chaga que é a homofobia e dar a devida punição aos que insistirem com segregações e idéias ignorantes e ultrapassadas. E haja cadeia para tantos que merecem!

Bjork: ame-a ou deixe-a!

Bom, quem me conhece sabe que não é de hoje que sou apaixonado pela cantora islandesa Bjork! Acompanho-a desde quando estava na banda Sugarcubes e penso que desde que optou por lançar-se em carreira solo com o álbum Debut de 1993, Bjork só melhora a cada dia.

Ela é uma artista única, totalmente de vanguarda, dona de uma genialidade ímpar. É impossível ficar indiferente ao fenômeno Bjork e por isso mesmo escolhi esse título para esse tópico. Não há meio termo possível, ou ama-se ou odeia-se Bjork!

Semana passada ví o novo clipe, Wanderlust! E após o final estava paralisado no sofá. Quando penso que já fui impactado ao limite, lá vem Bjork novamente para me surpreender com mais um de seus vídeos primorosos!

Estive em sua primeira apresentação no Brasil, em 1996, em um galpão na Barra Funda (São Paulo) no finado Free Jazz Festival. Foi um dos melhores shows de minha vida pois o público era realmente seleto e ela ainda não tinha atingido essa popularidade que tem hoje em dia. Éramos poucos, mas fãs de carteirinha, sabiamos as letras das músicas e fomos brindados com uma apresentação memorável da diva esquimó.

Bjork cria sonoridades estranhas e exóticas, expressa encanto e inquietações em suas músicas e vídeos. Sempre usou figurino bastante extravagante e já foi eleita a personalidade mais excêntrica do mundo. Inventa sonoridades bárbaras, transita entre o eletrônico e o clássico, entre o experimental e o minimalista, entre a calma e a histeria, entre o doce e o agressivo. Uma verdadeira miscigenação de sons, performances e atitudes.

Ano passado ela voltou ao país com a turnê Volta no TIM Festival, mas infelizmente não fui. Soube através de amigos que os shows foram experimentais ao extremo, mas primorosos. Tudo isso exatamente onze anos após aquela apresentação que fez para nós, sortudos e descolados.

Bjork ainda nos brindará com muitos trabalhos. Bom para todos que, como eu, possuem bom gosto musical.

Mais um ataque de tubarão em Pernambuco

Como estava sem internet em casa e acessava rapidamente só para checar recados e e-mails, meu blog ficou meio desatualizado. Sei que parece notícias antiga, mas lastimavelmente não é! Aconteceu novamente, hoje de manhã: um surfista foi atacado por um tubarão em Olinda. O jovem de 14 anos teve ferimentos na perna e está internado. Apesar de não correr risco de morte ainda há a possibilidade de que tenha a perna amputada.

No dia primeiro de junho um adolescente de quatorze anos de idade foi atacado por um tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (cidade na região metropolitana do Recife). O jovem perdeu uma das mãos e as nádegas, além disso continua internado mas já não corre risco de morte.
Testemunhas disseram que ele nadava distante da costa, fora da área dos arrecifes que dizem servir de proteção natural contra os ataques.

Com esse, chega a 52 o total de ataques registrados desde 1992 no litoral pernambucano, dentre os quais 19 acabaram em morte. Um horror, não?

Eu, quando estou no Recife, nunca ouso me aventurar nessas águas. Aquelas placas de sinalização sobre a presença de tubarões na área me provocam calafrios. Mas as pessoas parecem nem se importar, atitude que me parece totalmente insana. Mas enfim... cada louco com sua mania, não?

Poluição sonora

Como a maioria de vocês já sabem, estou no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, bem próximo ao Colégio Santa Maria, uma das mais conceituadas e caras instituições particulares de ensino da cidade. Porém o intuito desse tópico não é fazer propaganda do citado colégio, mas sim protestar.
Quero reclamar da absurda poluição sonora promovida diariamente por pais de alunos que parecem não ter o mínimo de civilidade ou respeito pelos moradores dos vários edifícios localizados nos arredores da escola e que promovem insanamente uma algazarra ensurdecedora com suas múltiplas buzinadas irritantes.
Sei bem que esse "fenômeno" não é "privilégio" nosso. Ele se repete na maioria das portas de colégios por aí afora e, ironicamente, o ruído é mais estridente e intenso em frente aos ditos colégios "de elite". Daí surgem alguns questionamentos que me intrigam mais e mais:
Seria algum aspecto cultural que não consigo assimilar? Seria pura prepotência e arrogância? Seria mera falta de respeito com o próximo? Seria uma louca vontade inconsciente de "livrar-se" de filhos mal-educados e delegar aos pobres professores a desafiadora missão de "domesticá-los"? Seria falta de educação mesmo? Seria desejo de ser notados dentro de seus novos e potentes carros de luxo? Ou seria um pouco de cada um desses ingredientes desastrosos?
Outro ponto que me intriga é a total conivência da direção da escola com tamanho alarido! Se houvesse uma empatia, certamente a direção promoveria uma campanha educacional que objetivasse minimizar tanto barulho e desrespeito!
Fica, portanto, o apelo aos órgãos fiscalizadores e ao corpo docente do colégio para que ao menos tentem efetuar mudanças através de campanhas educativas. E reitero a súplica ao bom senso de pais e responsáveis para que se sensibilizem e aprendam a respeitar os moradores vizinhos do colégio. A coletividade agradece e todos ganham maior qualidade de vida.

A Amazônia brasileira

Fico feliz por perceber que finalmente há uma ampla discussão nacional sobre a questão da selva amazônica.

Morei na região por quase uma década durante minha adolescencia.

Já naquela época era muito questionada por lá a presença estrangeira, representada por ONGs e missões religiosas, e os reais interesses que motivam a vinda e permanência de tais organizações e pessoal naquela área.

Primeiramente quero deixar claro que não sou xenófobo em absoluto. O que me causa aversão é a forma como a mídia internacional tem tratado o assunto. Muitos não passam de histéricos eco-chatos que nem sequer conhecem a realidade amazônica e fazem alarido baseados em estudos duvidosos ou tendenciosos, já outros são críticos vazios, que apontam os defeitos alheios prontamente mas que são incapazes de renunciar aos seus pequenos hábitos cotidianos em nome de um planeta mais ecologicamente equilibrado.

É desnecessário dizer que as missões religiosas, sejam católicas ou evangélicas, contribuem sim para o infeliz processo de aculturação das sociedades indígenas. Trata-se da imposição de valores e crenças que desrespeitam e deturpam a cultura indígena. E que se dão, de forma geral, sem nenhum controle ou fiscalização governamentais e até mesmo com a conivência de órgãos (in) competentes como a ineficiente FUNAI, apesar dos protestos de antropólogos, sociólogos e etnólogos que atuam junto aos índios.

A política indigenista brasileira prcisa ser revista e reformulada com urgência, e tais intervenções religiosas devem ser coibidas para que possamos preservar essa imensa riqueza e diversidade cultural que ainda existe em nosso território.

É chegada a hora de atentarmos para a importância que a Amazônia tem para o Brasil, seja por sua grandiosa extensão territorial (e consequentemente por uma questão de soberana nacional) ou pelas infinitas riquezas hídricas, minerais, vegetais e animais. É simplesmente incalculável o valor daquela área ainda desconhecida pela maioria da população brasileira.

Os países desenvolvidos que hoje acusam o Brasil de incompetência ecológica deveriam olhar para todos os equívocos que já cometeram e ainda cometem em nome do progresso econômico, desde os tempos das conquistas e colonizações predatórias até o atual panorama de poluição e aquecimento global.

Não pretendo com isso isentar o Brasil de suas respectivas falhas, omissões e lentidão no combate ao desmatamento desenfreado ou nas brechas que existem na lei e que em muito facilitam tanta ineficiência com relação ao comércio descarado de terras públicas e quanto a escassa fiscalização de pessoas, empresas e organizações em território amazônico. Falta uma seriedade nas políticas públicas que lidam com o tema, minguam os recursos para pesquisas acadêmicas idôneas, não existe uma preocupação em implantar-se o desenvolvimento sustentável para melhorar a qualidade de vida dos moradores locais.

Faz-se necessária uma grande mobilização social para que dessa vez tenhamos soluções concretas para esta questão ainda bastante polêmica e complexa que diretamente nos diz respeito. Só assim a sociedade brasileira enxergará a Amazônia não mais apenas como uma área inóspita e geograficamente distante, mas sim como o maior patrimônio que legaremos para as futuras gerações.