sábado, maio 31, 2008

Madonna no Brasil de novo?


Nas últimas semanas boatos deram conta de que a mais recente turnê da pop-star norte-americana Madonna aportará em terras tupiniquins, exatamente 15 anos após a vinda do memorável Girlie Show.

Essa capacidade de reinvenção e perpetuação no trono de "Rainha do Pop" só Madonna tem!

Ela ainda exerce fascínio por onde passa e é atemporal, além de estar em plena forma física.

Sou bastante crítico com relação ao potencial criativo e musicalidade atuais da cantora.

Particularmente penso que ela já teve melhores momentos em sua longa carreira, quando polemizava e ousava mais, sem soar puro marketing pessoal.

Fui ao Girlie Show, turnê mundial de 1993, no estádio do Morumbi, em São Paulo.

Foi uma mega produção e foi uma delícia passar as 48 horas que antecederam o show na fila: fervi com as bibas todas, flertei, fiz novos amigos e encontrei conhecidos da noite paulistana, gritei, cantei, dancei, senti a emoção por vê-la tão de pertinho, fui alçado ao palco pelos seguranças por ter passado mal após o fim do ensaio da tarde, tomei soro no ambulatório... um turbilhão de emoções que só quem viveu e sentiu sabe, e que permanecerão guardados em meu amplo baú de memórias para sempre, doces recordações de minha adolescência dourada e precoce.

Já não gosto de Madonna, não acompanho mais sua carreira há tempos e não iria nessa apresentação nem para ganhar dinheiro. Mas reconheço o talento particular que ela emana: além de grande performer é uma genial businesswoman, que transforma em milhões tudo o que toca.

Bom para sua conta bancária, cada vez mais gorducha, e também para as novas gerações que se deleitam com a eterna diva gay. Bom show aos que forem!

segunda-feira, maio 26, 2008

Trauma e alívio



Presenciei um assassinato em Tracunhaém, interior de Pernambuco, nesse sábado (24/05). Foi uma experiência horripilante e perturbadora.


Viajei para Nazaré da Mata, a terra do maracatu rural, cidade simpática na zona da mata norte, que dista somente 65 km da capital pernambucana.


Fui à Tracunhaém, um minúsculo município vizinho de Nazaré da Mata, para visitar uma conhecida. Ela levou-me ao recém-inaugurado bar de sua filha, encravado na pracinha central da cidade, bem movimentado e bastante agradável. Como é típico nas cidades interioranas por onde passo, logo virei "celebridade". Como as pessoas percebem que sou de fora, rapidamente aproximam-se para conversar. Gosto dessa amabilidade e simpatia que são inerentes aos nordestinos, de forma geral.


Dentre muitas pessoas que se acercaram, um rapaz pediu educadamente para sentar-se comigo em minha mesa pois já não havia outros lugares livres e prontamente consenti. Ele sentou-se ao meu lado esquerdo e começamos a conversar, o que foi bastante agradável visto que estava só até então.

Algum tempo depois um suposto primo dele sentou-se conosco na mesa também, ao meu lado direito. Esse rapaz estava bastante calado, introspectivo, desantento aos rumos de nossa conversação - como se já pressentisse que algo fatal estava por acontecer.

Em uma fração de segundos houve o macabro desfecho: um homem entrou por uma das portas do bar já com um revólver em punho e disparou um tiro à queima-roupa no rapaz calado que estava sentado exatamente do meu lado direito.

O que se seguiu foi um pandemônio caótico: correria e gritos desesperados, e muitos outros tiros em sequência, todos especificamente contra o rapaz.

Para mim tudo pareceu tão surreal e amedrontador, talvez por acontecer alí embaixo das minhas fuças com alguém que estava posicionado exatamente ao meu lado, na mesma mesa de bar, a poucos metros de mim! É óbvio que alguns dos projéteis poderiam ter me acertado, o que só reforça 2 opiniões minhas: o atirador era bom de mira e estava determinado a executar somente seu desafeto sem eventualmente atingir outras pessoas.

O instinto de sobrevivência fez-me correr do cenário. Quando percebi já estava a muitos metros do bar, do outro lado da praça, totalmente apavorado e sem fôlego, pernas bambas e coração hiper acelerado. E felizmente ileso!

Após conversa com alguns moradores locais soube que o rapaz alvejado já era figura malquista por seu envolvimento com drogas e por praticar pequenos delitos para manter o vício. Detalhes que eu, por não ser da cidade, jamais saberia. E não haveria nenhuma lógica em pedir atestado de antecedentes criminais ou documentação para cada pessoa que se aproxima de mim durante minhas muitas viagens. Estava no lugar errado, na hora errada, ao lado da pessoa errada - isso é fato!
Ironicamente muitos dos comentários que mais ouvi antes do incidente eram relatos sobre a calma e tranquilidade de Tracunhaém, assim como a amabilidade dos moradores. Só sei que o susto bastou para pôr um ponto final na noite e no passeio. Tomei um táxi, voltei ao hotel em Nazaré da Mata e assim que o dia amanheceu retornei ao Recife.
Apesar de não conhecer detalhadamente os meandros das histórias de vida que cada pessoa envolvida no episódio traz consigo, apavora-me absurdamente esse ato de fazer justiça com as próprias mãos. Para isso existem leis e órgãos competentes. Creio que o mundo funcionaria de forma mais harmônica caso houvesse esse respeito ao Estado e suas respectivas atribuições, senão voltaremos ao mundo de barbáries, em um claro retrocesso de civilidade.
Fica pois, após o susto e as sequelas psico-emocionais, o recado.

terça-feira, maio 20, 2008

Novelo

Após mais um período de ausência entremeado por muitos fatos ainda recentes, volto a ordenar e atualizar meu blog com leves pinceladas acerca dos últimos acontecimentos que fizeram ou fazem fervilhar meu atual momento.
Alguns são bons e outros nem tanto. Na verdade o enredo é basicamente o mesmo, assim como muitas das personagens, mas por uma questão de princípios optarei por relatá-los superficialmente, sem dar nomes aos bois. Meus já fiéis leitores e amigos saberão de quem falo. Inicialmente preciso citar dois episódios que de certa forma desencadearam todo o resto: a viagem de minha mamma e minha decisão de sair da escola onde lecionava.
Passar praticamente todo o mês de maio longe da minha mãe tem sido um grandioso desafio a cada novo dia. Sinto-me desamparado, desprotegido, um estranho no ninho!
Nunca tinha percebido com tanta nitidez e intensidade a falta que ela me faz, o elo familiar que ela representa e a grande amiga que tenho ao meu lado. Felizmente essa agonia termina nesse fim de semana, com seu retorno ao Recife. Espero com ansiedade por esse momento.
Já sair da escola, apesar de ter motivos concretos que justifiquem minha atitude, teve um impacto mordaz em minha vida, não financeiramente pois continuo com minhas outras fontes de renda, mas principalmente com relação ao maior tempo ocioso.
Como permaneço mais tempo em casa percebo mais claramente certas "irregularidades" que sempre existiram (lembrem-se que falhas de caráter são praticamente imutáveis!), mas que me eram imperceptíveis por passar grande parte do tempo ausente.
Agora, apesar de agir com muita diplomacia para evitar atritos, sinto novamente no ar o cheiro de pólvora. Tomara que não haja estopim pois creio que mal nos recuperamos da guerra passada e confrontar antigas mágoas não será benéfico para ninguém.
É óbvio que relacionamentos abalados tão fortemente nunca voltam a ser como antes, principalmente quando todas as chagas foram expostas de forma tão cruel e intensa. Mas se cada qual conseguir trilhar seu caminho sem investir contra o outro há até uma possibilidade de "tolerância", visto que sentimentos como amizade/companheirismo/ternura/confiança são cartas fora do (meu) baralho.
Aguardemos, pois, as cenas dos próximos capítulos dessa cansativa ladainha.
Além desses dois pilares principais há outros secundários e curiosos que me fizeram pensar bastante sobre uma série de posições que tomei/tomo, mas que citarei mais adiante, em novo tópico. Aguardem!

domingo, maio 11, 2008

Novidades

Povo de Tebas... ontem tive um dia de cão! Como sempre, meus sábados são complicados pois é o dia que mais trabalho mesmo. Leciono das 8 da manhã às 9 da noite. É uma maratona.
Mas há algum tempo já não estava satisfeito lá na escola por alguns motivos específicos e decidi sair. Ontem foi meu último dia lá.
Apesar da falta tremenda que sentirei dos divertidos alunos das minhas 4 turmas de inglês e dos ótimos colegas de trabalho, sinto-me de certa forma aliviado, com a tranquilidade para afirmar que foi uma sábia decisão.
Posso citar alguns motivos que me fizeram abandonar o barco para que vocês entendam melhor o contexto e também para justificar minha decisão:

- trabalhávamos sob pressão total (cronograma apertado, muitas cobranças e nenhum reconhecimento ou valorização profissional)
- anti-ética educacional (turmas demasiadamente grandes, pouca preocupação com qualidade e atenção individual ao aluno, políticas equivocadas de aplicação gramatical)
- infra-estrutura decifiente
- baixíssimos salário (apesar de pagos corretamente e na data certa, salários muito defasados, muito aquém do que eu mereço ganhar)
- pouca flexibilidade (no sentido de que o método deveria ser aplicado exatamente da maneira determinada pelo dono/diretor, independentemente de falhas que observássemos e nem sequer tinhamos a liberdade de determinar datas para realização de provas, o que parece-me um tanto ilógico pois somente o professor que sente e conhece a turma sabe se realmente estão prontos ou não para a aplicação de provas)
- péssima comunicação (muita conversinha de bastidores, pouca maleabilidade do dono/diretor, visto que ele era o dono da verdade sempre, baixo trabalho em equipe)
- distância e tempo (por morar do outro lado da cidade perdia muito tempo no trânsito e havia um intervalo de tempo muito grande entre as aulas, tempo perdido para mim, que poderia ter mais alunos particulares nesses períodos)
- clima (já há algum tempo não me sentia confortável no ambiente de trabalho por conta desse acúmulo de tensões e divergências)
- um suposto "contrato de trabalho" mal formulado e muito dúbio em alguns pontos, o qual me neguei a assinar

Bom, talvez tenha me esquecido de citar mais coisas mas creio que essas bastam para deixar claro as razões pelas quais decidi sair. Conto com a compreensão de alunos e colegas de trabalho. Vocês sabem que nada do que escrevi aqui é mentira. Boa sorte aos que ficam, pois eu estou fora, definitivamente!

domingo, maio 04, 2008

Marcha da maconha no Recife



Recife foi a única capital brasileira a sediar a polêmica Marcha da Maconha, neste domingo. A manifestação foi proibida judicialmente nas outras nove capitais do país onde deveria acontecer (Curitiba, João Pessoa, Cuiabá, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo).
A marcha é a parte mais visível de uma mobilização internacional pela legalização e descriminalização do consumo da maconha.
A imprensa local disse que houve presença de 1.000 manifestantes no local, já os dados da polícia indicam a presença de 3.000 pessoas pelas ruas do Recife Antigo, um dos bairros que integram o miolo central da cidade do Recife.
Houve performances artísticas e distribuição de material informativo sobre a causa e sobre vários estudos científicos relacionados ao tema realizados em vários países. Até onde soube não houve nenhum tipo de incidente mais grave durante a realização do evento.
A organização da marcha distribuiu máscaras com rostos de personalidades que defendem publicamente a causa para serem usadas por aquelas pessoas que não queriam se expôr publicamente.
A marcha é realizada em mais de 200 cidades mundo afora.
As vozes contrárias alegam que a marcha incita o uso e o tráfico da droga.
Já os organizadores afirmam que a manifestação é uma maneira de trazer o assunto ao grande público e debater abertamente sobre a possibilidade de uma mudança na legislação anti-drogas e nas políticas públicas relacionas a questão.
Para aqueles que buscam maiores informações sobre o tema e a idéia da marcha, deixo-lhes o link oficial do evento:

sábado, maio 03, 2008

As bonecas e o Ronaldo Fenômeno...


Bom, outra baboseira na mídia brasileira que me irritou nos últimos dias: o envolvimento do pop star/jogador de futebol Ronaldo Fenômeno com as 3 "bonecas" no Rio de Janeiro.

O travesti André Luiz Albertino, ou Andréia Albertine, declarou ter feito um programa com Ronaldo. Ele procurou a polícia do RJ e alegou que o jogador, que o levou com outros dois travestis para um motel na Barra da Tijuca, lhe devia dinheiro. Ele declarou que houve consumo de álcool e cocaína no local. Como prova do ocorrido o travesti mostrou imagens feitas com o celular e o documento do carro do jogador, o que reforça a versão de que algo realmente aconteceu.

Como consequência do escândalo algumas empresas que patrocinam o jogador ameaçam com rompimento de contrato, o que seria desastroso do ponto de vista financeiro para Ronaldo.

Os travestis alegam que desde então são perseguidos e ameaçados.

E fica no ar a dúvida do que é fato e o que é boato nessa história toda.

Deve realmente ter havido o programa, acho que isso é meio incontestável.

Pode ser que os travestis estejam a tentar seus 5 minutos de fama além de extorsão de uma pessoa mundialmente famosa e sabidamente milionária.

Não defendo nenhum dos lados, a idéia não é essa em absoluto. Mas que faltam os detalhes sórdidos para o quebra-cabeça ser montado isso é óbvio. E talvez nunca saibamos da verdade.

Mas acho pouco inteligente o jogador negar veementemente o que é lógico: ele esteve sim no motel com os 3 travestis! Talvez ele pudesse contribuir para desmistificar um pouco esse preconceito hipócrita que ainda reina no Brasil. Há prostituição de travestis porque há público. E o Brasil é conhecido internacionalmente pela beleza dos travestis (o que talvez não seja o caso dessa vez!), principalmente os que vão trabalhar na Europa. Eu bem sei que após a meia-noite todos os gatos são pardos. Há fantasias sexuais, há procuras de aventuras sexuais madrugada adentro não só nas grandes metrópoles mas também nas pacatas cidades interioranas. E isso em todas as variações possíveis do amplo leque da sexualidade humana.

Agora ficam as interrogações, a pulga atrás da orelha... cada um que conclua como preferir, pois.