quinta-feira, julho 10, 2008

O calvário para o reconhecimento da cidadania italiana



Notícias recentes dão conta que o governo Berlusconi pretende dificultar o reconhecimento da cidadania italiana para descendentes. Dentre as normas mais restritivas, alguns dos pré-requisitos seriam o conhecimento da língua italiana e noções básicas da Constituição.


Polêmica deixada de lado, já durante o antigo governo Prodi houve tais especulações e até agora nada de concreto mudou. Talvez seja apenas mais um alarme falso, se bem que nunca devemos confiar nos princípios nada politicamente corretos do sem-noção Silvio Berlusconi, que abertamente fala de restrições aos imigrantes, independentemente de origem (o que incluiria todos os ítalo-descendentes!).


Os políticos que apoiam a idéia alegam que a cidadania precisa ser plena em todos os âmbitos, e não somente a concessão de documentos para pessoas que não têm vínculos culturais ou afetivos com a Itália, apesar de serem descendentes. Dizem também que muitos dos interessados no reconhecimento da dupla cidadania querem apenas a facilidade de trânsito livre dentro da União Européia.


Já os políticos que não concordam com tais mudanças alegam que isso atentaria contra os princípios constitucionais, que asseguram a transmissão da descendência "jus sanguinis" (direito de sangue), por parte de pai a todas as gerações, sem restrições e por parte materna aos nascidos após 1948, quando a Itália igualou direitos entre homens e mulheres.


Enquanto continua essa ladainha as filas de espera nos consulados italiano só aumenta. Segundo informações oficiais da embaixada italiana em Brasília, no Brasil há cerca de 500 mil descendentes de italianos à espera da dupla cidadania.


Potencialmente são milhões de candidatos a dupla cidadania na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina. O Brasil recebeu grandes levas de italianos desde a última década de 1800, que vieram em busca de melhores condições de vida e trabalho no campo, muitas vezes atrás de falsas promessas que nunca se cumpriram. Mas é óbvio que apesar de tantos possíveis novos cidadãos italianos, muitos não reunem condições nem documentação necessária para o reconhecimento da dupla cidadania, que apesar de garantida por lei é um processo lento e bastante burocrático. Tanto é que o número oficial de brasileiros que já conseguiu obter o reconhecimento da cidadania italiana por descendência é de apenas 215.000 pessoas.


O resultado do despreparo e descaso dos sucessivos governos italianos e suas representações consulares no exterior são as filas de espera gigantescas que podem durar meses, anos ou até mesmo décadas, dependendo do maior ou menor número de descendentes interessados no reconhecimento.


Hoje tornou-se comum e mais rápido reunir a documentação necessária e fazer o reconhecimento diretamente em qualquer prefeitura italiana. Tal processo leva de 2 a 4 meses até a obtenção da dupla cidadania.


Mas apesar dos rumores nada aconteceu de concreto ainda, e nada poderá acontecer sem passar pela Câmara dos Deputados, já que seria necessário mexer na Constituição para que tais mudanças fossem concretamente efetuadas.


Apesar de minhas dúvidas, nos resta agora torcer para que haja uma maior mobilização e pressão internacional de todos os ítalo-descendentes, como eu, espalhados pelo mundo para que o atual governo Berlusconi modernize o atendimento na rede consular italiana e ponha um fim ao calvário patético que é o reconhecimento da cidadania italiana que sempre nos foi garantido por lei.

quarta-feira, julho 02, 2008

Mark Ronson: ouvi e não gostei!



Já ouviram falar em Mark Ronson? Conhecem seu trabalho?

Pois bem, ele é produtor musical, DJ, cantor e o novo darling da mídia.
Britânico radicado em Nova York, bonito, rico e habituado a conviver entre celebridades e artistas desde criança, o rapaz caiu nas graças da crítica com o álbum "Version", o segunda de sua carreira.

Como o próprio nome indica, o álbum traz versões de músicas já conhecidas de outros artistas, tais como Radiohead, Kaiser Chiefs, Charlatans e Coldplay.

Mas a regravação que causou mais polêmica certamente foi "Stop Me If You Think You've Heard This One Before", dos Smiths. Eu ouvi e não gostei. O clipe, que já é exibido pela MTV Brasil, até poderia ser catalogado como interessante e bem produzido, mas a versão para o clássico dos anos 80 é tão sofrível que apaga o brilho do vídeo.

Bom, isso me fez lembrar de outra versão medonha dos Smiths que até hoje aterroriza meus pensamentos, o "How soon is now" das T.A.T.U.
Afffffff...

Conselho aos novos navegantes: deixem os clássicos dos Smiths em paz! Não surgiu ainda alguém que consiga regravar Smiths e ser digno de elogios. Poupem-nos desse desconforto.