sábado, fevereiro 07, 2009

Bolívia caótica sempre!



Há muito tempo sinto vontade de postar algo sobre a Bolívia, país onde já estive em duas ocasiões como turista e que conheço bem geografica e culturalmente, mas até agora não tinha escrito nada.

Eis que agora me surge a oportunidade, após ler um artígo que me fez refletir sobre o futuro da Bolívia enquando país. As previsões são péssimas e é certo que o país passará por grandes turbulências no decorrer deste ano, devido aos atuais problemas de idéias separatistas e instabilidade política que enfrenta com o atual governo Morales.

Os departamentos tiveram referendos sobre autonomia com relação ao governo central e a maioria optou por seguir essa linha de maior "independência regionalista".

No fim de 2009 acontecerão as eleições, que mostrarão se o povo aprova ou não o governo de Evo Morales. E os conflitos, típicos no país, serão inevitáveis.

O atual presidente já não consegue cumprir as promessas de melhorias sociais que foram a base de seu discurso e o levaram à vitória, e muitos torçem o nariz para seu governo.

Os povos indígenas, que são a maioria esmagadora da população, adquiriram poder e ocuparam espaços antes inimagináveis.

Morales pretende se reeleger. E a oposição se une para fazer frente a um novo mandato de Morales. Buscam um candidato que tenha características e propostas opostas e que traga renovação ao país. Mas não é fácil achar um candidato que reuna todas as características necessárias e seja aceito tanto pelos indigenas como pelo restante da população.

A economia boliviana depende basicamente da exploração e venda de petróleo e gás natural para outros países. O país é paupérrimo, a maioria esmagadora da população vive na miséria. A riqueza sempre esteve concentrada nas mãos de uma minoria branca que tem uma cultura de menosprezar a maioria indígena. O país é socialmente dividido assim. E até mesmo o fato de Morales ter sido um indígena cocaleiro que chegou ao poder chega a ser algo fenomenal.

Com um contexto econômico desfavorável, a permanência de Morales no poder torna-se mais difícil. Mas a popularidade dele ainda é grande entre os indígenas, enquanto a oposição é fraca a nível nacional.

Morales surgiu de um movimento social e sindical organizado e indígena. Dali ainda extrai grande apoio político. Os indígenas de certa forma confiam no presidente por enxergarem nele uma projeção de sí mesmos. Morales trouxe grandes avanços para os indígenas, que sempre foram a base das camadas mais pobres da população.

O que é certo é que 2009 reserva surpresas políticas e grandes agitos sociais em nossa vizinha Bolívia.

Eluana Englaro: outra polêmica na Itália...



A cidadã italiana Eluana Englaro, que está em coma há 17 anos, parou de receber qualquer tipo de alimentação e hidratação hoje.

Englaro, que está com 38 anos de idade, tornou-se o centro de uma polêmica acalorada sobre a eutanásia na Itália, que divide opiniões e governo.

Silvio Berlusconi, o premiê, aprovou um decreto-lei que proíbe a suspensão da alimentação e hidratação de pacientes que não possam se expressar sobre a questão. Já o atual presidente, Giorgio Napolitano, recusou-se a assinar o decreto-lei, por considerá-lo inconstitucional.

A família de Englaro decidiu antecipar o desligamento total dos aparelhos, devido ao grande debate nacional que gerou-se em torno do fato. Agora o processo da morte, que havia começado gradualmente, se tornará irreversível.

Ela está em estado vegetativo desde 1992, após sofrer um acidente.

O Vaticano apoia Berlusconi e abertamente se ergue contra o presidente Napolitano, e a bomba cairá nas mãos do Parlamento, que terá que votar nos próximos dias a questão.

A família Englaro acha um absurdo a movimentação do governo em busca de uma saída para manter Eluana viva.

Por enquanto o que entra em prática é a sentença conquistada na Suprema Corte de Cassação, que nada mais é do que o próprio desejo que Eluana sempre expressou.

Mas radicais católicos protestam diante da clinica e já fizeram pichações contra a família e a sua decisão em muros vizinhos à clínica.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Morrissey´s Years of Refusal...



Como todos vocês sabem, sou fã de carteirinha de Morrissey. E aproveito o lançamento de seu novo álbum, Years of Refusal, que estou a ouvir com especial carinho, para tecer alguns comentários sobre.
Morrissey sempre foi polêmico em suas atitudes cotidianas, seja pelo radicalismo vegetariano, pela luta em defesa dos animais ou pela posição celibatária que o caracteriza e o torna único em um mundo tão vulgar.
Seu talento como letrista é indiscutível até mesmo entre aqueles que não apreciam sua obra. Vale lembrar que desde que era vocalista do The Smiths, uma das maiores e mais importantes bandas dos anos 80, produziu hinos do rock, tocados até os dias de hoje e que fazem qualquer pista de dança ir ao delírio.
Suas letras depressivas e melodia marcante tiveram prosseguimento quando iniciou sua carreira solo, um tanto irregular por causa dos longos intervalos entre os lançamentos de cada álbum, mas que é certamente muito extensa em produções e cheia de boas letras/músicas.
Sua elegância cada vez mais refinada com o passar dos anos também não passa desapercebida, visto que Morrissey é hoje um dos homens mais bem vestidos do planeta e não erra nunca no figurino.

Eis que agora surge “Years Of Refusal”, certamente mais um bom álbum, mas digamos que até certo ponto previsível. Morrissey soa familiar, talvez por ter criado uma identidade musical típica, somente sua. O timbre de voz, as melodias, os arranjos... não há como confundir! É Morrissey!

Mas “Years Of Refusal” é um álbum que traz faixas um pouco mais pesadas do que o habitual, o que não é ruim absolutamente. Em algumas faixas ouve-se guitarras distorcidas e ruídos obscuros nitidamente, e por vezes intervenções instrumentais muito altas. Mas não chega a ser um álbum sombrio, pois é atenuado por canções que estão mais para pop do que para rock.

Com relação as letras das novas músicas, Morrissey segue com a mesma linha. Os assuntos são basicamente solidão, amor, desilusões e angústias em geral.

“Years Of Refusal” está longe de ser seu melhor álbum, mas certamente é uma pérola em meio a tanto lixo fonográfico. Vale ouvir!

Faixas:

01. Something is squeezing my skull
02. Mama lay softly on the riverbed
03. Black cloud
04. I’m throwing my arms around Paris
05. All you need is me
06. When I last spoke to Carol
07. That’s how people grow up
08. One day goodbye will be farewell
09. It’s not your birthday anymore
10. You were good in your time
11. Sorry doesn’t help
12. I’m OK by myself