sábado, setembro 12, 2009

Parada Gay do Recife - 2009




A ainda tímida Parada Gay do Recife (PE) já tem data certa: 20 de setembro.
O evento permanecerá na orla da praia de Boa Viagem, no trecho que sai do antigo hotel Savarone até o segundo jardim. Pela primeira vez, a Prefeitura do Recife autorizou a realização do evento nesta área. Antes ela terminava na pracinha de Boa Viagem e não chegava a percorrer esta parte da Avenida Boa Viagem. Ano passado surgiram especulações sobre onde seria a próxima Parada Gay. Muitos afirmaram que ela deixaria de acontecer em Boa Viagem e seria transferida para o bairro de Boa Vista, onde acontecia anteriormente. Por fim temos uma informação concreta e que não deixa de ser um avanço este novo percurso.
É importante salientar que este ano há um apoio extra à Parada: o Convention Bureau Recife, por meio do projeto "Friendly - Pernambuco simpatiza com você", que incentiva hotéis e restaurantes a bem receberem o público LGBT.
Minha opinião nao muda: creio que as Paradas Gays tornaram-se grandes micaretas infestadas por heterossexuais equivocados, que só vão pelo fervo ou para debochar! Ou seja, a conotação de luta política pelos direitos gays perdeu-se no meio do caminho.
Mas, de toda forma, vale pela visibilidade social. Ao menos uma vez por ano temos as atenções voltadas para nós, e podemos mostrar a todos que somos muitos, estamos em todos os lugares e merecemos respeito e igualdade plena de direitos!

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Não conferi a Parada pois estava em viagem. Soube, de acordo com notícias da imprensa, que reuniu 100.000 pessoas (um aumento, se comparado com a do ano anterior!), 9 trios elétricos e nenhum incidente grave.

Comida - La Paz




O que não faltam são opções de lugares para comer e beber em La Paz, desde o mais simples e barato até os mais sofisticados, exclusivos e, consequentemente, caros!
Na região central (Calle Comercio e proximidades da Plaza Murillo) estão opções boas, ambientes limpos e comida relativamente barata.
Para quem gosta de sanduíches, a melhor dica é alguma filial do Pollos Copacabana (há vários espalhados pela cidade e é meio que o Mc Donald´s boliviano). Combos (sanduíche, batatas fritas e refrigerante) variam entre B$ 20 e B$ 30. Também servem porções de frango frito com batatas fritas, a média dos preços é a mesma dos combos, mas com um detalhe espantoso: come-se com as mãos, sem uso de talheres!
Há também algumas filiais do clássico Burguer King espalhadas pela cidade, com preços similares.
Mc Donald´s nao há. Fecharam recentemente!
Outra opção boa de sanduíches é o Mega Burguer (Calle Comercio), preços um pouco mais baratos e porçoes mais generosas de batatas e sanduíches maiores e saboroso!
Aos que querem provar algo da cozinha boliviana, recomendo o Rosita - La mejor comida criolla (Calle Socabaya, perto da Catedral). A refeição (sopa, "segundo plato" e sobremesa) feita no capricho custa míseros B$ 10. Só não vá nos entre meio-dia e 13:00 pois lota e o atendimento é deficiente. Prefira almoçar antes ou depois deste horário.
Quem prefere economizar ao máximo, a dica é buscar algum restaurante nas imediações do Mercado Lanza, nas proximidades da Iglesia San Francisco. As refeições alí custam mais ou menos B$ 6 e a higiene é duvidosa.
Também naquela área, mas de um padrão distinto, fica o charmoso Café Angelo (Av. Mariscal Santa Cruz, 922). É bem decorado, bom atendimento e ideal para tomar um café ou chá acompanhado de deliciosas tortas doces. Recomendo o cappuccino (B$ 10) com "pie de limón" (B$ 8 a fatia). Servem também refeições. Preços variam de B$ 20 a B$ 50.
Aos que - como eu - gostam da cozinha peruana, a dica é a Cevicheria Puerto de Ilo (Calle Graneros, 152 - dentro de uma galeria). Restaurante familiar, um pouco desorganizado e não impecavelmente limpo, porém um bom lugar para deliciar-se com peixes, mariscos, frutos do mar em geral e imensas chaufas. Preços variam de B$ 15 a B$ 50. Vendem a deliciosa Inca Kola (B$ 8/garrafa de 500ml). Cervejas a B$ 10/garrafa. Interessante para observar a colônia peruana local, ouvir música peruana e bater um papo com o mega simpático e divertido caixa Arturo. Identifique-se como brasileiro e a conversa vai render...

Hospedagem em La Paz, Bolívia

Desde minha chegada desta vez, fiquei no Hostal Austria (Calle Yanacocha, 531).
É bem localizado, simples, barato (B$ 40/diária), limpo, seguro e frequentado basicamente por estrangeiros (em sua maioria europeus e asiáticos).
O staff é hiper simpático e prestativo. Dão todas as boas dicas turísticas e vendem pacotes de passeios para atrações locais a preços convidativos, com transfer do hostal.
Há no hostal uma cozinha que pode ser usada pelos hóspedes e uma sala de TV na recepção.
Há também internet com boa conexão a B$ 2,50 a hora. E oferecem serviço de lavanderia (B$ 8/kilo de roupa).
Os banheiros, apesar de compartilhados, são limpos. E os chuveiros são todos com água quente, o que é fundamental no eterno frio paceño.
Aos que optarem por permanecer no Hostal Austria, nao hesitem em bater longos papos com a simpática recepcionista Martha, uma senhora muito amável que tornou-se uma amigona durante minha estadia.

Nightlife - La Paz

Creio que o grande desejo de quem visita La Paz não seja jogar-se na vida noturna.
Ainda bem, pois há poucas opções interessantes.
Na verdade o clima sempre frio à noite é desfavorável.
De toda forma, aos que não resistem dar uma escapada noturna, deixo-lhes dicas dos lugares que frequentei:

- Discoteca Gold (Almirante Grau - San Pedro): local onde pode-se dançar hits dos anos 70, 80 e 90. Não cobra-se entrada mas há uma espécie de seleção na porta. E os preços salgados das bebidas lá dentro compensam o que não foi gasto com entrada. Frequentado basicamente por heterossexuais de certa idade, saudosistas do passado. E gente mais jovem, de condição financeira mais elevada. Se não simpatizar 100% com o público (como aconteceu comigo!), deixo-lhes a receita do sucesso: tome várias doses de pisco-sour (B$ 20 cada) até ficar daquele jeitinho, feche os olhos e jogue-se na pista sem pudores. Ao menos o som é bom!

- Pub & Disco La Paceña(Calle Murillo): frequentado basicamente por heterossexuais bolivianos, é um lugar interessante para ver e saber como divertem-se os locais. Muita cumbia e outros rítmos latinos, na maior parte do tempo. Nos intervalos até rola um rock latino e flashback internacional. O difícil é achar mesa vazia, pois o local bomba. Entrada: B$ 3. Cerveja : B$ 10/garrafa.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Gay La Paz




Curiosamente, apesar de ser uma cidade grande, La Paz carece de points gays!
A sociedade boliviana, principalmente no altiplano, é bastante conservadora em vários aspectos e fechada para o homossexualismo.
É óbvio que há gays e vida gay, mas tudo funciona de forma bastante velada, para nós que estamos acostumados com a liberdade sexual gritante.
Mesmo durante uma simples caminhada pela cidade, é raro perceber algum gay bem "pintosa gritona" ou alguma lésbica "estivadora".
Há, oficialmente, apenas uma boate gay, a Punto G (nome hiper criativo, não?), que fui conferir por motivos óbvios. Fica na zona sul da cidade e é pouco conhecida, portanto para se chegar só se conseguir encontrar um taxista que saiba onde fica.
É um lugar simples, com decoração básica, como se fosse uma casa transformada em "nightclub".
Há um barzinho, uma salinha com mesas, um espaço que é a pistinha de dança, além de 2 banheiros e outra salinha com sofás, em um breve arremedo de chill-out.
E pasmem! Não há DJ! O som rola no esquema toca-discos (ou seriam fitas K-7?). Há uma sequência de música que toca do começo ao fim. Quando termina cai um silêncio e o fervo acalma, até que alguém vá lá no quartinho trocar a seleção. Hilário!
O tipo de música dá asco: drag hits até enjoar, hip-hop e trashices norte-americanas atuais (no melhor estilo Beyoncé), divas latinas e muita porcaria sonora made in Brazil (leia-se axé music e funk carioca!).
Os habitués são uma mescla maluca: há alguns gays enrustidos (daqueles que entram a toda velocidade para não serem vistos na porta da "buatchy", e que no outro dia certamente fazem a linha "okó" na rua e falam mal de gays!), algumas "sapolinas" no melhor estilo caminhoneiras, pencas de bichinhas pão-com-ovo (daquelas que dublam na pista!) e meia dúzia de estrangeiros em estado de choque, como fiquei!
O "colocón" no "padê" grita nos 2 banheiros, entre as quá-quás (que imagino sejam as "top" descoladas da cidade).
Há muita caça de olhares. Mas mesmo as mais bagaceiras meio que aguardam serem abordadas, o que torna uma aproximação algo difícil. Tudo muito bizarro!
Não consegui permanecer muito tempo lá dentro.
Aos que tiverem a audácia ou a curiosidade de conferir, vale como experiência exótica. Entrada a B$ 10. Cerveja a B$ 10 também.

Algumas pessoas me afirmaram que há outros 2 locais gays ou friendly na cidade, mas ninguém sabe nomes ou localizações. E pelo nível do único mais conhecido, posso deduzir como são os outros. Por esta razão nem fiz questão de ir atrás.

Resumo da ópera: quer se jogar na vida noturna gay na América do Sul, meu bem? Voe para São Paulo ou Buenos Aires e se acabe!

Tenho dito!

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Ontem à noite, fui parar em um bar gay/nightclub chamado Calypso (nome mais trash impossível!). Mas até que o ambiente, embora não estivesse lotado por ser dia de semana, estava melhorzinho que a tal Punto G. A fauna de sempre, staff simpático, gente mais disposta a uma conversa, mais acessíveis. Embora estivesse turvo de "otin" até que deu para aproveitar um pouco. Fica para as bandas do cemitério, na Avenida Bautista, o que favorece na hora de tomar um táxi para retornar ao hotel. Mais recomendável que o tal Punto G, definitivamente.
Estive umas 2 outras vezes por lá e realmente vale mais à pena, apesar dos pesares.

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Como opção hard trash há um lugar em El Alto chamado Mar Azul. Só música villera (tipo cumbia) e músicas folclóricas bolivianas. O povo bebe até cair. Não vende-se cerveja, apenas refrigerantes e um "trago" horrível que não recomendo. Pessoas de nível mais baixo, a maioria moradoras de El Alto mesmo, mas bastante gente amável e acessível. Vale como experiência antropológica, se é que vocês me entendem!

quarta-feira, setembro 09, 2009

Chacaltaya




Montanha localizada na Cordillera Real, que é parte integrante dos Andes, cujo pico, eternamente nevado, encontra-se a 5.395 metros acima do nível do mar.
As excursões saem de La Paz às 8:30 da manhã e leva-se cerca de 2 horas para chegar lá, ao custo de B$ 50 pelo transporte com guia + B$ 15 de entrada.
Pelo percurso têm-se belas vistas de La Paz, de criações de lhamas, de lagoas de diversas cores (devido aos minerais presentes em suas águas) e de belos picos nevados.
O transporte pára na base da estação de ski mais alta do mundo (5.300 metros de altitude), e daí é necessário escalar até o cume da montanha através da neve.
Esta escalada, apesar de ser relativamente curta, pode não ser muito fácil aos mal-aclimatados e aos que estão muito fora de forma. O ar é rarefeito e o "soroche" (mal da altitude) é bastante comum.
Recomendo-lhes tomar as "soroche pills" (pílulas que amenizam o mal-estar causado pela altitude extrema) antes da escalada e mascar folhas de coca durante todo o percurso.
E desnecessário dizer que levem roupas pesadas de inverno (por causa do frio), óculos de sol (por causa da claridade da neve) e protetores solar e labial (por causa dos raios solares fortes e ventos constantes).
Bom também é levar um lanchinho básico e água mineral. Há um restaurante na base da montanha mas as opções de comidas e bebidas são poucas e caras.
Apesar do esforço fisico da escalada, o visual lá do topo compensa!
Avista-se o Lago Titicaca, lagoas e belíssimas montanhas nevadas.
Um passeio imperdível para guardar-se na memória para sempre!
E quem sobrevive pode ter certeza que não sofre de problemas cardíacos nem respiratórios...

Valle de la Luna




Área desértica localizada ao sul de La Paz, que, devido a erosão, assemelha-se a paisagem lunar (daí vem o nome).
Avista-se um canyon e várias formações eólicas interessantes nas rochas, alem de cactus e viscachas (uma especie de coelho). Dentre as formações principais e mais curiosas estão estas: La muela del Diablo, El sombrero de la dama, El buen abuelo, El monticulo de la tortuga, El salto de la viscacha, La ventana del Sur, Madre Luna e o Cañon del Silencio.
Entradas a B$ 15.

terça-feira, setembro 08, 2009

La Paz, Bolívia




Esta é minha terceira visita a capital executiva e legislativa da Bolívia, La Paz (embora oficialmente a capital boliviana seja Sucre, no Valle Central).

Com seus 2 milhões de habitantes e localizada a 3.650 metros de altitude, La Paz impressiona!

E não há meio termo: ou ama-se ou odeia-se!

A capital mais alta do mundo é uma cidade de contrastes, como toda cidade latino-americana.

Pode ser classificada como caótica, suja, bizarra. Mas há o outro lado da moeda, que consiste em sua importância história e cultural, assim como há também sua área mais moderna e rica. Quem explora a cidade com calma, como fiz desta vez, acaba tendo boas surpresas.

Aqui também a altitude garante temperaturas baixas sempre.

Lembro-me que na ocasião da minha primeira passagem por La Paz, sofri muito com o "soroche" (mal da altitude). Durante 2 dias tive dor de cabeça constante, dificuldade para respirar, e os pés pareciam de chumbo, tamanho era o sacrifício para simplesmente caminhar.

Depois aprendi que o "mate de coca" (chá feito com as folhas de coca) ameniza estes efeitos desagradáveis. Outra dica legal para não sofrer com o "soroche" é desembarcar em uma cidade mais baixa e subir aos poucos, para o corpo habituar-se a grandes altitudes e menos oxigênio.

Outra coisa que causa um impacto talvez negativo aos visitantes é que, por La Paz situar-se em um canyon no meio da Cordilheira, sua geografia é bastante irregular. E a ocupação de encostas e morros (nas áreas mais altas) lembram em muito as favelas brasileiras.

Mas La Paz, apesar de ter uns pequenos delinquentes, está longe de ser tão perigosa quanto a maioria das cidades brasileiras.

O que nao faltam em La Paz sao atrações turísticas, na cidade e nos arredores. Deixo-lhes algumas dicas a seguir:


- Plaza Murillo: é a praça central e mais importante da cidade. Sempre repleta de pessoas e pombos, é o lugar ideal para observar o movimento ou começar um tour pela cidade, já que ao seu redor estão vários pontos turísticos.


- Palácio Legislativo: localizado na Plaza Murillo, é a sede do Parlamento boliviano. Pode-se visitá-lo, com agendamento feito na recepção.


- Catedral: construída em 1835 em estilo barroco, e também localizada na Plaza Murillo, é bonita. Atenção aos seus vitrais e a sua belíssima cúpula, assim como a imagem de " La Virgen de Copacabana".


- Palácio Presidencial: também conhecido como Palacio Quemado, por já ter sofrido 2 incêndios desde sua construção, localiza-se exatamente ao lado da Catedral. Se nao der para ver o presidente, tire fotos dos membros da Guarda Presidencial.


- Iglesia San Francisco: belíssima arquitetura sacro-colonial nesta construção de 1549. Em seus degraus e na pracinha em frente da igreja vê-se muitos gringos, vendedores, engraxates, cholas devidamente ornamentadas e paceños comuns.


- Mercado de las Brujas: fica a 2 quadras atrás da Iglesia San Francisco. É composto por várias lojinhas e vendedores ambulantes que negociam peças artesanais, roupas, jóias, "recuerdos" em geral, artigos religiosos (até fetos de lhamas) - daí surge o nome meio místico do lugar. Vale à pena percorrê-lo sem pressa. E na hora das compras nao hesite em pechinchar.


- Calle Jaén: ruela que é uma preciosidade colonial com lindas casinhas coloridas bem cuidadas, onde há alguns museus interessantes, que citarei em outro tópico.


- Calle Comercio: calçadão onde encontra-se de tudo (lojas, ambulantes, galerias, restaurantes, lanchonetes, lan houses, bancos, etc...)


- Zona Sur: concentra os bairros residenciais nobres da cidade, assim como as representaçoes diplomáticas, e, por vezes, percorrer suas ruas e avenidas, boutiques, galerias e cafés nos faz esquecer que estamos no país mais pobre da América do Sul.


- Mirador Killi Killi: localizado em Villa Pabón, um bairro no alto de La Paz, este mirador oferece - em dias de céu limpo - belíssima vista da cidade toda (dos bairros mais pobres nas encostas aos refinados bairros abastados na parte mais baixa da cidade), assim como do Stadium Hernando Siles (o mais alto do mundo - 3.637 metros acima do nível do mar) e das montanhas nevadas que cercam a cidade.


- Museo Nacional de Etnografía e Folklore: retrata de forma profunda a formação etnográfica do povo boliviano. As salas das máscaras e das plumagens são de encher os olhos! Entrada grátis e staff para lá de atencioso.


- Cinemateca Boliviana: de longe é meu lugar favorito em La Paz (e não é segredo para ninguém que sou um cinéfilo convicto!). Dedica suas salas a exibições de produções latino-americanas, européias e filmes alternativos em geral. Boa dica aos que - como eu! - detestam as super produções hollywoodianas. Preços simplórios, ambiente confortável, instalações modernas, público do bem, atendimento impecável e programaço digna! Na parte superior há um simpático café, onde pode-se tomar um chá com docinhos antes ou depois da sessão, tudo com uma vista magnífica através da vidraça. Falta algo mais? Ah, sim! O endereço: Calle Oscar Soria esquina Rosendo Gutierrez, número 110. O site: http://www.cinematecaboliviana.org/




TO BE CONTINUED...

sábado, setembro 05, 2009

Comida boliviana




É sempre bom, durante as viagens, provar algo novo, da comida local.
Claro que é necessário levar-se em consideração a questão da higiene do ambiente , para poder evitar uma intoxicação alimentar e também gastos com medicação.
Comer nos países andinos é uma grande aventura. Aos que nao temem novos desafios, opções exóticas nao faltam!
Eu não como de tudo. Prefiro observar, perguntar do que é feito para ter certeza que vou encarar o prato sem maiores problemas.
Desta vez tenho fotografado bastante das comidas que provo, coisa que nunca tinha feito anteriormente.
Como já mencionei, esta é minha terceira visita a Bolívia, então alguns pratos locais já me eram familiares.
Aos futuros visitantes, é interessante que saibam que em quase toda a Bolívia serve-se almoço ou jantar da seguinte maneira: sopa como entrada (geralmente de macarrão, legumes ou algum tubérculo dos Andes além de um pedaço de carne) + o "segundo plato" (que seria, este sim, a refeição principal).
Para o "segundo plato" geralmente há mais de uma opção de carne. E além da carne ele geralmente vem com arroz, batatas fritas ou cozidas e verduras. Alguns pratos nao trazem arroz. Uma boa dica é perguntar ao garçom no que se consiste tal comida para evitar alguma surpresa desagradável. Se ele disser algum nome de ingrediente desconhecido, nao hesite em pedir detalhes.
Além disto, serve-se sempre uma sobremesa, geralmente alguma fruta ou gelatina, após a refeição.
Aos desavisados de plantão, por estas bandas em praticamente todos os lugares onde servem-se refeições, costuma-se trazer à mesa uma espécie de molho, que pode ser verde, vermelho ou rosado, em potinhos. É pimenta! O nome varia de acordo com o local. Pode ser chamado de llajua, picante, ají ou lokoto. Eu, particularmente, adoro. Mas é bom ter cuidado pois pode arder além da conta caso se exagere na dose.

Oruro, Bolívia




Pela segunda vez visito esta cidade ao sul do altiplano boliviano, mas a primeira vez foi só de passagem e estava muito debilitado com forte gripe, o que inviabilizou os passeios, portanto considero esta como minha primeira vez aqui.
Oruro está localizada a 3.700 metros acima do nível do mar, e por esta razão o clima é sempre frio (mesmo no vero) e congelante durante o inverno.
Foi, assim como Potosí, um importante centro mineiro no passado. E é considerada atualmente a "capital folclórica da Bolívia", principalmente por causa dos seus concorridos festejos de Carnaval.
É bem verdade que a cidade carece de grandes atrativos turísticos, mas algo imperdível aqui é uma visita ao Museo Patiño.
Simón Patiño foi um minerador que tornou-se milionário ao encontrar a maior mina de estanho.
Sua casa tornou-se museu e lá é possível observar toda a opulência em que vivia com sua família.
Os ambientes sao decorados com o que havia de melhor na época.
A entrada custa B$ 10 (visita guiada) e, caso queira-se fotografar o interior do museu, paga-se uma taxa adicional de B$ 20, quantia que vale à pena para posterior registro do que se viu.
Há ainda o Museo Minero, cuja entrada está dentro do Santuário de la Virgen de Socavón, uma igreja construída ao pé do Cerro Pie de Gallo. É, na verdade, um túnel de uma mina desativada. Entradas para estrangeiros custam B$ 10.
Não deixo-lhes dica de hospedagem pois fiquei em um hostal muito ruim, próximo do terminal rodoviário. Além disso era um pouco caro para os padrões bolivianos (B$ 70 a diária) e o atendimento era péssimo.
Em contrapartida deixo-lhes uma preciosa dica para alimentaçao: Restaurant Club Social Arabe, na Calle Junin, no centro da cidade. Neste restaurante não hesite em pedir carne de conejo (coelho), se tiver. Nunca tinha comido e achei delicioso. Refeição completa por míseros B$ 10, e com atendimento de primeiríssima qualidade!

sexta-feira, setembro 04, 2009

Cochabamba, Bolívia




Esta é, de longe, a cidade mais simpática da Bolívia.
Apesar de não ser tão pequena (tem 500.000 habitantes), é bastante limpa e organizada, o que é raro neste país, e por esta razão é conhecida como "La ciudad jardín". Fica a 2.700 metros acima do nível do mar, o que já garante um friozinho à noite e pela manhã. Suas atrações turísticas so:

* El Cristo de la Concordia: estátua de Jesus Cristo com 34 metros de altura, localizada em cima de um morro, de onde se tem uma bela vista da cidade. O teleférico que dava acesso à estátua está fora de operação, e agora há 2 maneiras de acessá-la: táxi (B$ 50) ou subir as centenas de degraus.

* Museo Arqueológico (Calle Jordan esquina Nataniel Aguirre - entrada B$ 20): o museu é pequeno mas possui um interessante acervo que inclui fósseis de animais, artefatos indígenas, cerâmicas e o impressionante esqueleto do Hombre de Jaihuayco (que tem cerca de 4.000 anos), além das múmias de Mojocoya.

* Laguna Alalay: lugar bom para caminhadas, na pista ao redor do lago.

* Mercados Central y La Cancha: onde pode-se comprar, comer, beber e ver de tudo!

Atenção para o monumento Heroínas de la Coronilla, atrás do terminal de ônibus, no Cerro San Sebastian: foi criado em 1812 em homenagem a luta das bravas mulheres cochabambinas contra os espanhóis, e deveria ser um ponto turístico. Porém o abandono da área o transformou em morada de mendigos, drogados e ponto de prostuituição. Portanto o pessoal dos hotéis e motoristas de táxis não recomendam visitá-lo por ser "zona roja".

Como dica de hospedagem, indico-lhes o Hostal Kanata (Av. Ayacucho, 941 casi Av. Aroma), relativamente perto do terminal de ônibus. Lugar seguro e bem localizado, staff hiper simpático, quartos limpos. Diárias B$ 70, com banheiro privado e TV a cabo. Boa dica!