sábado, junho 06, 2009

Já ouviram falar em Madame Satã?



Creio que a maioria de vocês associa o nome Madame Satã com a já tradicional casa noturna gótica paulistana dos anos 80, ainda em funcionamento nos dias atuais e considerada uma das melhores da cidade, de todos os tempos.

Outros talvez lembrem-se do filme franco-brasileiro, dirigido por Karim Ainouz e que retrata a vida conturbada e polêmica do transformista João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã na vida boêmia e marginal do Rio de Janeiro, cujo papel foi brilhantemente interpretado pelo ator Lázaro Ramos.

Pois bem, o que leva-me a escrever sobre Madame Satã não é a casa noturna, que já frequentei, nem o filme em sí, que assistí e gostei, mas sim a história de vida de João Francisco dos Santos, pois estes tipos marginais exercem-me uma certa fascinação.

Ele conseguiu tornar-se um mito urbano na noite carioca. Tinha sobre sí todos os estígmas que a sociedade rejeita, veladamente ou não, até hoje: era analfabeto, malandro, artista da noite, presidiário, negro, pobre e abertamente homossexual.

Nascido em Glória do Goitá, um pequeno município do interior de Pernambuco, foi criado em uma família numerosa (sendo dezessete irmãos no total).

Ainda criança começaram as bizarrices em sua vida: algumas fontes afirmam que foi dado por sua mãe, outras que foi trocado por uma égua!

Quando jovem, muda-se para o Recife, onde sobreviveu com trabalhos simples em troca de migalhas. Após esta fase, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou até sua morte.

Sempre viveu de subempregos: foi carregador de marmitas, leão-de-chácara, cozinheiro, garçom, transformista...

Sua marginalização deveu-se principalmente ao fato de ser negro, pobre e homossexual.

De sua paixão pelo carnaval carioca nasceu seu apelido, após desfilar em um bloco-de-rua e ganhar concurso de fantasias vestido de morcego com lantejoulas, inspirada no personagem Madame Satã, em filme homônimo de Cecil B. De Mille.

Valente, foi preso várias vezes, na maioria delas por desacato à autoridade quando enfrentava policiais nas ruas. Defendia, com sua habilidade de capoeira, mendigos, prostitutas, travestis e negros. E justamente por esta razão é considerado referência na cultura marginal urbana do século XX.

Curiosamente estive em busca de dados ou relatos em sua cidade natal, mas não obtive êxito. Não descobri absolutamente nada sobre sua estadia, nem sobre sua família.

Parece-me que a hipocrisia teima em esconder embaixo de grossos tapetes pessoas deste gênero, o que não deixa de ser frustrante para mim.

quinta-feira, junho 04, 2009

A lipo!

Pessoal, ontem (03/06) finalmente realizei minha primeira lipoaspiração, na região das costas, onde tinha muita gordura acumulada e não havia outra maneira de fazê-la desaparecer.

Meu médico, o conceituado Dr. Ivo Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional PE, foi muito atencioso durante todo o processo, assim como todos os outros profissionais que me atenderam e cuidaram de mim com carinho (outros médicos que não posso deixar de homenagear publicamente - em especial menciono os nomes e agradeço aos doutores Mário Jorge Frassy Feijó e Francisco Odílio - aos anestesistas, enfermeiras e todo o staff que tornou o processo possível).

Tive anestesia geral, o que significa que não lembro-me de absolutamente nada além da entrada na sala de cirurgia e dos preparativos finais. Não senti dor. A cirurgia foi um sucesso, com cerca de uma hora de duração. Após este período fiquei em observação.

Hoje, um dia após, já recebi alta e agora basta seguir as regras para ter uma pronta recuperação.

Confesso que é incômodo, principalmente a faixa que faz muita pressão em cima da área trabalhada. Mas estou verdadeiramente feliz, pois foi a realização de um sonho!

Amanhã provavelmente já tiro a faixa, troco os curativos e bola para frente.

Recomendo aos que pretendem fazer: faz um bem danado para a auto-estima! E deixo-lhes a dica de bons profissionais no Recife. Obrigado também aos amigos que oraram por mim e apoiaram-me também neste momento! Não seria nada sem vocês!

segunda-feira, junho 01, 2009

Esperança

Já tive dias mais gloriosos, definitivamente! Mas tudo na vida passa. Lentamente. E as coisas mudam, deixam de ser o que eram.
Agora, com visão mais ampla, posso afirmar que o vilarejo onde encontro-me é povoado basicamente por gente inculta, vulgar, mal vestida e mal-educada.
A falta de emprego faz com que a maioria deles sejam descarados: pedem o tempo todo, seja lá o que for (dinheiro, bebida, cigarros, comida). E fui obrigado a aprender a dizer "NÃO", que oscila entre ríspido, ironico ou meigo, de acordo com a abordagem que me é feita e com meu humor.
É uma gente sem perspectiva, que habituou-se a esmolar. E que não pretendem mudar, são felizes assim, riem muito, sempre. Mas que, a despeito do atrevimento, são simpáticos no geral.
Mantenho-me ligeiramente afastado, talvez por receio de embrutecer-me também. Não quero e não posso vir a ser o que meus olhos enxergam, não quero tornar-me mais um, igual a eles. Estou vários níveis acima e não retrocederei.
Por esta razão passo a maior parte do tempo sozinho, a devorar livros, a escrever e a fazer novos planos.
Há boas promessas para um futuro próximo e mantenho a esperança.
Devo recomeçar a trabalhar em breve, o que deixa-me bastante animado. Trabalho para mim é duplamente prazeroso: traz-me mais equilíbrio psicológico e dinheiro extra. Não consigo viver sem nenhum destes dois ítens!
E que bons ventos soprem neste novo junho que se inicia...