domingo, fevereiro 17, 2008

Carnaval 2008
















Pois bem, o Carnaval desse ano foi bastante atípico para mim.
Não sou o tipo de pessoa que gosta de brincar Carnaval. Na verdade essa sempre foi uma festa que me causou certa ojeriza, um período do ano no qual aproveitava para ler um bom livro ou simplesmente para desconectar-me do mundo.
Mas esse ano, um pouco movido pela insistência de algumas pessoas e um tanto pela curiosidade, resolvi sair da toca e participar de alguns festejos carnavalescos. Fui como mero espectador, já que não brinco Carnaval, mas estive lá, de corpo presente, em meio ao povo. E foi uma experiência interessante.
Fui ao famoso Galo da Madrugada, considerado o maior bloco de Carnaval do mundo, e que esse ano reuniu cerca de 2 milhões de foliões na área central do Recife. Engana-se quem imagina que fiquei em um camarote. Não! Estava no meio do povo, na multidão mesmo. A sensação inicial é um misto de receio, euforia, desconforto e emoção. Mas pega-se o jeito rapidamente e depois é só aproveitar.
Fui também conferir a folia em Olinda. Estive no desfile do bloco das Virgens de Olinda e em alguns shows e apresentações interessantes, tanto em Olinda quanto nos pólos descentralizados do Recife.
O Carnaval daqui caracteriza-se pela multiculturalidade e pelo acesso universal e democrático. Todos se divertem igualmente, lado a lado - brasileiros e gringos, brancos, negros e índios, ricos e pobres, gays e héteros. Outra particularidade do Carnaval daqui é a vastidão de rítmos e sons, meticulosamente planejado para agradar a todos os gostos. Além dos predominantes frevo, maracatu e blocos líricos (com marchinhas antigas), houve também samba, MPB, caboclinhos, reisado, ciranda, world music, forró, música eletrônica, afoxé, manguebeat, etc... Vale mencionar os shows gratuitos de grandes nomes da música brasileira, tais como: Marisa Monte, Elza Soares, Elba Ramalho, Paralamas do Sucesso, Alcione, Alceu Valença, Moraes Moreira, Chico César, Vanessa da Mata, Nação Zumbi dentre outros. E até mesmo uma participação especial do francês Manu Chao!
Houve policiamento ostensivo, o que inibiu bastante brigas e outros delitos comuns em grandes festas populares. Eu, particularmente, não presenciei nada do gênero durante meu intenso tour pelos lugares de grande aglomeração.
O Carnaval no Recife é bonito de se ver! As pessoas se fantasiam e brincam, as famílias e amigos se reunem e se divertem. Definitivamente é uma festa de paz e riso, bem organizada e que ganha maior destaque na mídia nacional e internacional a cada ano que passa. Felizardos somos nós, que moramos aqui e fazemos parte disso tudo.
www.carnavaldorecife.com.br

PS: Estou duplamente feliz, porque além de tudo o que relatei e vivi aqui, minha escola de samba favorita do Rio de Janeiro, a Beija-Flor de Nilópolis, ganhou novamente o título lá na Sapucaí. Salve Beija-Flor!

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