quarta-feira, agosto 04, 2010

Suriname



Em continuidade ao topico escrito sobre a Guiana Francesa, agora relato um pouco minha viagem pelo Suriname.

Pela segunda vez estive no Suriname. A primeira vez foi ha muitos anos atras, mais de uma decada. Eu era muito jovem, nao tinha experiencia em viagens, nao sabia aproveitar bem, explorar os lugares, e o proposito da primeira viagem foi muito mais uma visita a um amigo da familia que morava em Paramaribo do que conhecer o pais e os lugares de interesse turisticos.

Entao posso dizer que esta sim foi minha primeira viagem ao Suriname, de acordo com a filosofia mochileira!

Entrei pela cidade de Albina, fronteira com St. Saurent du Maroni, Guiana Francesa. Brasileiros nao precisam de visto antecipado para entrar no Suriname com permanencia maxima de 90 dias para turismo. Mas todos devem preencher um formulario e entrega-lo na imigracao para terem o carimbo de entrada estampado no passaporte. Para quem viaja com passaporte europeu eh necessario ter tirado o visto previamente. O posto de imigracao em Albina eh desorganizado. Espere por filas de pessoas com passaportes europeus (principalmente franceses que moram na Guiana Francesa) e pouca educacao dos oficiais de imigracao do Suriname.

A unica coisa ralmente boa e poder comunicar-se em ingles. Apesar do idioma oficial do pais ser o holandes, praticamente todos no Suriname falam ingles, o que facilita a comunicacao (para quem, obviamente, fala ingles!).

De Albina tomei um carro particular para a capital Paramaribo, preco da passagem 15 euros. Converse com o motorista e peca para ele te deixar em algum hotel. Eles geralmente tem alguma dica caso voce nao tenha ideia de onde ficar.

Paramaribo eh uma cidade de medio porte, muito peculiar e bonita, um caldeirao de etnias que convive em relativa harmonia. Dentre as comunidades estrangeiras mais expressivas destacam-se negros, hindus, javaneses, brasileiros, holandeses e chineses.
A maioria dos brasileiros que vivem no Suriname trabalham com garimpo e vivem ilegais no pais. A maioria das brasileiras sao prostitutas, o que nao favorece nem um pouco a imagem do Brasil por estas bandas.

Creio que esta seja a unica cidade do mundo onde se possa ver uma sinagoga (judaica) ao lado de uma mesquita (muculmana), o que reforca a imagem de tolerancia e respeito entre as varias nuances etnicas que compoe a populacao local. Eh um dos cartoes postais da cidade, assim como o bem preservado casario colonial central, que eh Patrimonio Mundial da UNESCO.

Outras atracoes da capital sao as que cito e detalho abaixo:

- Fort Zeelandia (um forte em frente ao Rio Suriname onde tambem estao as mais antigas construcoes coloniais da cidade, com belissimo casario em madeira, um museu, e de onde se tem bela vista do rio e da ponte)

- Onafhankelijkheidsplein (praca onde estao o Palacio Presidencial e varios outros predios governamentais)

- Catedral catolica (construcao gotica em madeira, de 1885, atualmente em reformas)

- Domineestraat (rua de comercio no centro da cidade e que serve como um bom ponto de orientacao e referencia, com bons restaurantes e lanchonetes em seu percurso e em suas ruas perpendiculares)

- Palmentuin (parque de palmeiras proximo ao Hotel Torarica, ideal para sentar e descansar as pernas das caminhadas pela cidade)

- Cemiterio Judaico da Lewensteinstraat (apesar do abandono, vale como visita para observar as lapides com nomes tipicamente judaicos e sobrenomes de cristaos-novos)

- Vishnu Mandir e Templo Hindu Principal (ambos estao proximos e mostram o tamanho e a forca religiosa da comunidade hindu surinamesa)

- Waterkant e seus quiosques em frente ao Rio Suriname, lugar ideal para sentar e provar a deliciosa Parbo Bier no fim de tarde e interagir com os simpaticos moradores locais, que adoram bater papo com estrangeiros.


Os precos no Suriname nao sao assustadores como os da Guiana Francesa e a moeda local eh o dolar surinames (SRD$). Come-se bem por cerca de 4 euros nos restaurantes centrais. Como dica ha restaurantes de roti (comida indiana) e o Restaurante Madonna (em uma rua atras da sinagoga e da mesquita, que serve comida chinesa e brasileira, para os que estao com saudade do arroz com feijao).

Com relacao aos hoteis, a regra eh mais ou menos esta: hoteis bons sao caros (diarias cotadas em dolares americanos, que variam de US$ 100 a 200 de acordo com o quarto e mordomias) e os mais baratos sao totalmente basicos, ou seja, nao servem para pessoas cheias de frescuras (diarias a partir de 10 euros). Ha hoteis que hospedam basicamente brasileiros que trabalham nos garimpos e suas acompanhantes, como o Mimivost e o Esmeralda. Estes hoteis servem comida brasileira a precos relativamente baratos.

A cidade nao chega a ser violenta, mas em determinados horarios e lugares e bom ficar esperto.

Algumas areas, como Waterkant e o Mercado Central devem ser visitados apenas durante o dia.

Com relacao a visitacao a Sinagoga e a Mesquita, deve-se buscar alguem em ambos predios e pedir para conhecer o interior, o que nem sempre e possivel por causa dos servicos religiosos. Cobram cada uma taxa de SRD$ 5 (pouco mais de 1 euro) de entrada. O chao da Sinagoga e de areia, sinal de que foi feita e eh mantida por judeus ortodoxos.

Aqui ha forte presenca de turistas e moradores europeus, principalmente os colonizadores holandeses, que gostam de aproveitar o exotismo do Suriname. Um pais bonito e interessante, facil de ser visitado, com precos acessiveis. Arrume a mochila e explore o Suriname. Este eh meu conselho!

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