sexta-feira, setembro 11, 2009

Gay La Paz




Curiosamente, apesar de ser uma cidade grande, La Paz carece de points gays!
A sociedade boliviana, principalmente no altiplano, é bastante conservadora em vários aspectos e fechada para o homossexualismo.
É óbvio que há gays e vida gay, mas tudo funciona de forma bastante velada, para nós que estamos acostumados com a liberdade sexual gritante.
Mesmo durante uma simples caminhada pela cidade, é raro perceber algum gay bem "pintosa gritona" ou alguma lésbica "estivadora".
Há, oficialmente, apenas uma boate gay, a Punto G (nome hiper criativo, não?), que fui conferir por motivos óbvios. Fica na zona sul da cidade e é pouco conhecida, portanto para se chegar só se conseguir encontrar um taxista que saiba onde fica.
É um lugar simples, com decoração básica, como se fosse uma casa transformada em "nightclub".
Há um barzinho, uma salinha com mesas, um espaço que é a pistinha de dança, além de 2 banheiros e outra salinha com sofás, em um breve arremedo de chill-out.
E pasmem! Não há DJ! O som rola no esquema toca-discos (ou seriam fitas K-7?). Há uma sequência de música que toca do começo ao fim. Quando termina cai um silêncio e o fervo acalma, até que alguém vá lá no quartinho trocar a seleção. Hilário!
O tipo de música dá asco: drag hits até enjoar, hip-hop e trashices norte-americanas atuais (no melhor estilo Beyoncé), divas latinas e muita porcaria sonora made in Brazil (leia-se axé music e funk carioca!).
Os habitués são uma mescla maluca: há alguns gays enrustidos (daqueles que entram a toda velocidade para não serem vistos na porta da "buatchy", e que no outro dia certamente fazem a linha "okó" na rua e falam mal de gays!), algumas "sapolinas" no melhor estilo caminhoneiras, pencas de bichinhas pão-com-ovo (daquelas que dublam na pista!) e meia dúzia de estrangeiros em estado de choque, como fiquei!
O "colocón" no "padê" grita nos 2 banheiros, entre as quá-quás (que imagino sejam as "top" descoladas da cidade).
Há muita caça de olhares. Mas mesmo as mais bagaceiras meio que aguardam serem abordadas, o que torna uma aproximação algo difícil. Tudo muito bizarro!
Não consegui permanecer muito tempo lá dentro.
Aos que tiverem a audácia ou a curiosidade de conferir, vale como experiência exótica. Entrada a B$ 10. Cerveja a B$ 10 também.

Algumas pessoas me afirmaram que há outros 2 locais gays ou friendly na cidade, mas ninguém sabe nomes ou localizações. E pelo nível do único mais conhecido, posso deduzir como são os outros. Por esta razão nem fiz questão de ir atrás.

Resumo da ópera: quer se jogar na vida noturna gay na América do Sul, meu bem? Voe para São Paulo ou Buenos Aires e se acabe!

Tenho dito!

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Ontem à noite, fui parar em um bar gay/nightclub chamado Calypso (nome mais trash impossível!). Mas até que o ambiente, embora não estivesse lotado por ser dia de semana, estava melhorzinho que a tal Punto G. A fauna de sempre, staff simpático, gente mais disposta a uma conversa, mais acessíveis. Embora estivesse turvo de "otin" até que deu para aproveitar um pouco. Fica para as bandas do cemitério, na Avenida Bautista, o que favorece na hora de tomar um táxi para retornar ao hotel. Mais recomendável que o tal Punto G, definitivamente.
Estive umas 2 outras vezes por lá e realmente vale mais à pena, apesar dos pesares.

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Como opção hard trash há um lugar em El Alto chamado Mar Azul. Só música villera (tipo cumbia) e músicas folclóricas bolivianas. O povo bebe até cair. Não vende-se cerveja, apenas refrigerantes e um "trago" horrível que não recomendo. Pessoas de nível mais baixo, a maioria moradoras de El Alto mesmo, mas bastante gente amável e acessível. Vale como experiência antropológica, se é que vocês me entendem!

3 comentários:

Pan disse...

Olá!
Gostaria de conversar com você sobre
a noite Gay de La paz. Gosto da sua
sinceridade e acredito que tenhamos
os mesmos gostos pra "baladenhas"
shaushdas. Se vir esse comentario me
add no msn: pan.kss@hotmail.com

Abraços!

Nilton Aguilar disse...

Haha hilário seu texto. Quando estive em La Paz acabei indo mesmo só para barzinhos com amigos. Vou experimentar suas dicas, embora muita coisa já deve ter mudado.

Me diz uma coisa, como foi pra esse lugar em El Alto? Digo... saiu a noite, El Alto é um tanto longe. É seguro ir e voltar de taxi assim?

Nilton Aguilar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.